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"Escrevo redondo, enovelado e tépido, mas às vezes frígido como os instantes frescos, àgua do riacho que treme sempre por si mesma."
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"Ao escrever não posso fabricar como na pintura, quando fabrico artesanalmente uma cor. Mas estou tentando escrever-te com o corpo todo, enviando uma seta que se finca no ponto tenro e nevrálgico da palavra. Meu corpo incógnito te diz:"
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"Quero escrever-te como quem aprende.""
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"Mas estou tentando escrever-te como corpo todo, enviando uma seta que se finca no ponto tenro e nevrálgico da palavra."
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"O que te escrevo não vem de manso, subindo aos poucos até um auge para depois ir morrendo de manso. Não: o que te escrevo é e fogo como olhos em brasa."
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( CLARICE LISPECTOR)
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"Escrevo-te este fac-símile de livro, o livro de quem não sabe escrever; mas é que no domínio mais leve da fala quase não sei falar."
"Escrevo-te como exercício de esboços antes de pintar. "
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"Escrevo-te à medida de meu fôlego. Estarei sendo hermética como na minha pintura? Porque parece que se tem de ser terrivelmente explícita. Sou explícita? Pouco se me dá. Agora vou acender um cigarro. Talvez volte à máquina ou talvez pare por aqui mesmo para sempre. Eu, que nunca sou adequada."
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( CLARICE LISPECTOR )
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"Escrever é cortar palavras."
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"Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, puré de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário. O que você perde em viver, escrevinhando sobre a vida. "
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( Carlos Drummond de Andrade )
Um comentário:
é não pareci não. E a dona Necy sempre bonitona!
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